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Cuidado com “Designs Sombrios”, evite cair em Armadilhas Digitais

No mundo digital estamos constantemente interagindo com uma infinidade de interfaces, seja fazendo compras, assinando serviços ou scrollando pelas redes sociais. Por trás dessas experiências, há designers e desenvolvedores trabalhando para criar experiências agradáveis. Porém, infelizmente, nem todos os designs têm intenções tão nobres…

O Deceptive Design utiliza dark patterns (“padrões sombrios”) como tentativa de manipular o usuário a tomar decisões que ele não faria conscientemente se tivesse mais tempo para refletir. E é aqui que vamos explorar como essas técnicas enfadonhas funcionam, como identificá-las e como se proteger.

Mas antes, o que é o Deceptive Design?

Deceptive Design (Design Enganoso ou “sombrio”) é um conjunto de estratégias conscientes projetadas para enganar ou coagir o usuário. Essa técnicas podem incluir:

  • Opções escondidas: Dificultar propositalmente o cancelamento de um serviço, excluir contas ou encontrar informações importantes.
  • Pressão falsa: Mostrar contadores de tempo falsos, prazos extremamente curtos, dizer que as vagas são limitadas e já estão acabando. Essa estratégia tem a intenção de gerar um senso de urgência, medo de perder a oportunidade e/ou ficar de fora.
  • Confusão proposital: Usar linguagem ambígua ou layouts que direcionam o usuário a clicar em algo indesejado.
  • Sensação de culpa: Frases como “Não, não gostaria de contribuir”, uso de linguagem apelativa ou até mesmo aquele botão vermelho enorme escrito “Sim, desejo cancelar” mesmo depois de tentarmos cancelar uma assinatura não desejada pela vigésima vez.
  • Continuidade forçada: Quando sites baseados em assinatura que oferecem avaliação gratuita, o Forced Continuity é um deceptive pattern no qual o usuário se inscreve para uma avaliação gratuita, mas precisa inserir os dados do cartão de crédito.

Exemplo de dificultação do acesso para cancelar/negar uma ação

Esses padrões exploram algo que todos nós possuímos, nossos vieses cognitivos, ou seja, os atalhos mentais que nosso cérebro usa para tomar decisões rápidas. Em vez de facilitar a experiência, eles criam armadilhas para se aproveitar dos usuários.

Como o Deceptive Design Explora os Vieses Cognitivos

Vieses cognitivos são distorções sistemáticas no pensamento que influenciam a forma como as pessoas percebem, julgam e tomam decisões. E é muito comum estratégias de vendas usarem alguns vieses para aumentar a taxa de conversão:

  • Viés da escassez: “Restam apenas 2 unidades!” cria um medo de perder a oportunidade.
  • Viés de confirmação: Mostrar apenas avaliações positivas de um produto reforça sua decisão de compra.
  • Viés do status quo: Configurações padrão que mantém o usuário em uma assinatura ou coleta de dados indesejada.

Essas técnicas muitas vezes são inofensivas, mas dependendo do objetivo de quem está por trás do design da interface, podem sim prejudicar não apenas a sua experiência, mas também suas finanças e privacidade.

Como Reconhecer e Evitar Armadilhas:

  1. Leia com atenção: Antes de clicar, leia os textos e termos. Desconfie de mensagens que criam senso de urgência excessivo.
  2. Pesquise antes de agir: Se algo parece bom demais para ser verdade, provavelmente tem coisa. Analise avaliações e opiniões sobre o serviço.
  3. Explore todas as opções: Se uma opção está muito evidente, procure pelas alternativas escondidas, como links para cancelar ou rejeitar.
  4. Use extensões e ferramentas: Alguns navegadores possuem extensões que alertam sobre padrões enganosos.
  5. Fachadas Digitais: Confirme se o site ou ambiente digital que estiver é verídico e oficial. Tenha preferências por lojas já conhecidas e confiáveis, e para quem está no celular use o aplicativo oficial em vez do navegador para fazer compras.

O combate ao deceptive design vai além da proteção individual. Empresas que utilizam padrões transparentes não apenas respeitam seus usuários, mas também criam relações de confiança a longo prazo. Ao reconhecermos e evitarmos “designs sombrios”, incentivamos práticas éticas e a criação de um ambiente digital mais justo.

Lembre-se: um design eficaz deve servir aos usuários, não explorá-los.

Obrigado por ler até aqui 😉

 

Fontes/Referências:

  • https://medium.com/ux-user-experience-design-em-portugues/vieses-cognitivos-no-design-c85df1a549a4
  • https://medium.com/ux-user-experience-design-em-portugues/vieses-cognitivos-no-design-a90c11b5a78
  • https://brasil.uxdesign.cc/vieses-cognitivos-no-design-12f56be88803
  • https://idec.org.br/dicas-e-direitos/deceptive-patterns-voce-ja-ouviu-falar-de-padroes-enganosos
  • https://psicologia.design/o-que-sao-padroes-sombrios-dark-patterns-ou-deceptive-design/

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